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Saltos sem altos

Saltos sem altos

Viver no campo vs viver na cidade

09.07.19, Ana sem saltos

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(a casa da casa do caracol <3 )

 

Pois ficai sabendo, minha gente, que esta mulher rude do campo já foi alfacinha de gema. Isto há milénios atrás, naqueles áureos tempos libertos de um amor avassalador que me faz ter forças para fazer rodar o mundo na ponta do indicador.

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#sermãe

 

A questão é que o campo foi sempre uma coisa que me esteve entranhada no ADN, e isto porque fui criança muito abençoada, neta de uma avó fenomenal que tinha uma quinta perto de Lisboa onde nos atirávamos TODOS os fins de semanas, férias e feriados. Por isso, pode dizer-se que cumpria os meus deveres de cidadã em Lisboa, mas depois era feliz na terra com paus e pinhas e cabanas e mergulhos e bicicletas e apanha de azedas até mais não.

Oh céus que saudades.

Depois a vida vai dando umas voltas, já se sabe como é, a minha avó vendeu a casa na nossa adolescência, eu, entretanto, não sei bem quando, virei mulher adulta, apaixonei-me, comecei a trabalhar e fui toda independente para uma casa de 20m2 na Graça (mas com um jardim, atente-se).

Vivemos lá nos nossos primeiros anos de casados (mudámos de casa duas vezes, mas sempre neste bairro que nos apaixonou, e na altura muito longe da euforia dos turistas), numa lua de mel prolongada, onde em 20m2 fazíamos churrascos, passeávamos por Alfama e apanhávamos bebedeiras inesquecíveis no miradouro da Graça. Foi lá que fui pedida em casamento, foi lá que passamos a ter um cão, e também foi lá que a minha barriga recebeu o primeiro dos meus dois filhos.

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(treinos para morrer de amor)

 

Quando dei por mim, já com as hormonas todas à estalada, que isto de se ter um bebé a crescer-nos por todas nós tem muito que se lhe diga, tinha uma casinha de bonecas a precisar de uma tonelada de obras comprada a hora e meia de lisboa (atendendo ao trânsito). Confesso que duvidei se gostaria, mas inebriada pela vontade do senhor meu marido, 'bora lá miúda, claro que somos capazes, imagina-os (os seis que na altura ainda achávamos que íamos ter) aqui a brincar fora e nós sentados a ouvir esta passarada toda desvairada depois de um dia de trabalho, lá me atirei de cabeça.

 

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(uns anos depois sou brutalmente assassinada de amor)

 

Por um lado, parece que foi ontem, por outro parece que foi noutra encarnação minha, antes das últimas 3.000, e a verdade é que agora só me falta mesmo a enxada na mão, não consigo se quer vislumbrar uma outra realidade diferente da que tenho.

Poder dar aos meus pequenos açambarcadores de coração a possibilidade de crescerem aqui, é algo que me agarro quando eventualmente me vou ligeiramente abaixo. São crianças saudáveis, permanentemente sujas e maioritariamente felizes, e, clichés à parte, isso é o que me faz a mim feliz.sermar4.JPG 

(#PUB SQN. Para quê bolas de futebol, ou piscina, ou trampolim, se podes rebentar com 3 frascos de ajax? Exploração infantil mas com nível.)

 

Foi muito bom e enriquecedor ser uma espécie de uma cosmopolita alcoolizada antes de ser mãe. Mas ser uma mãe campónia, valha-me Deus, é maravilhoso.

 

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